segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Primeira Noite

Os ruídos ficam mais fortes na minha cabeça parece que vai explodir. Abro os olhos, o teto alto ainda me encara, ameaçando descer e me sufocar a qualquer momento.
Minha mão dói. Quando tento ver o que é o quarto gira ao meu redor.
Analisando melhor o quarto agora mal iluminado por uma luz amarela fraca no teto. deveria com certeza menos watts do que uma lanterna.
O quarto tem uma janela grande para o tamanho deste e tem uma soleira de madeira onde caberia uma pessoa sentada.
Por ali entrava a unica ventilação daquele cômodo abafado. Estava ficando quente, o tempo úmido dava um cheiro especialmente mórbido àquele lugar.
O vento frio passava pelas frestas da janela, que é invadida por um som animalesco e estranho aos ruídos urbanos que cercara seus últimos tempos. Pelo menos era desses sons que me lembrava.
Tento me levantar de novo, mas as pernas ainda não respondem direito. Aquele medo novamente toma conta do meu corpo, mas levanto. Vou até a janela procurando por aquele som animalesco. Do lado de fora as sombras das arvores se jogam aqui pra dentro. O dono do som ainda não cansou de me assustar. Sinto o ar gelado vindo do teto, deixando meu quarto todo congelante.
A luz começa a piscar. Vai faltar energia elétrica. O som começa a se afastar, como me avisasse que mal maior está a chegar.
De fato. Segundos depois a lampada volta a pisca e a energia a faltar. Deito na cama. O escuro forçado me assusta. Gritos voltam a ecoar no quarto, mas esses vêm aqui de dentro, simultâneos à falta de energia.
Gritos de dor. Esses sim animalescos. E vão aumentando e aumentando. Deito em posição fetal na cama estreita. O frio das paredes é palpável. Mais um grito e nesse a luz demora para voltar. E o grito acaba antes da luz voltar. Isso veio e voltou por horas. Gritos de dor, animalescos. Depois de alguns minutos de intervalo entre gritos e apagões, minha porta se abre. Tem alguém na porta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário