segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Primeiro Dia

Venho contar algumas histórias que vi e que vivi dentro de um depósito de mentes.
Um manicômio. Hospício. Hospital Psiquiátrico. Como queiram chamam aquele lugar, tanto faz.
Para mim aquilo sempre foi um depósito, onde todos aqueles que descontente com as ideias ou ações, nos jogavam e trancavam. Isso quando a temporada lá, não era para servir de cobaia para eletrochoques.
Agora que sabem porque escrevo, me apresento. Me chamo Ana, ou Ana a Louca, como todos gostavam de me chamar, tanto em casa quanto na escola. Tenho agora 18 anos, o não os tenho mais? Enfim não vêm ao caso, pelo menos por enquanto.
O dia que cheguei não entendi bem porque tinha chegado lá, mas aqueles que diziam querer meu bem me trouxeram sorridentes.
Com um beijo falso de preocupação ela se despediu falando que eu devia cuidar dos meus problemas. Ele com cara de choro contido, deixou uma lagrima escapar antes de entrar no carro. Não chorei.
Não sabia o que esperar, apenas sabia que a freira usando habito me segurando pelo ombro me assustava um pouco.
Entrei naquela construção de paredes marrom por fora e brancas por dentro, muito brancas. As paredes eram grossas e frias, o que aquelas freiras pensavam afinal? Que seriam atacadas por piratas, excluindo o fato de que eles não existem mais.
Os sorrisos eram mais reais que os anteriores, soavam com pena.
Fui apresentada ao meu quarto, ficava no fim do corredor mal iluminado do segundo andar. É difícil ainda lembrar direito como cheguei ao quarto, mas a freira continuava ao meu lado, com sua roupa de pinguim. O quarto era pequeno, com uma cama no centro, parecia mais com uma maca. Tinha amarrar e suporte para por soro. O teto era alto e ao mesmo tempo claustrofóbico. Minhas mãos tremiam.
A freira que me acompanhava chamou outra, que imediatamente chegou com um copo de plastico. O liquido laranja dentro do copo parecia suco daqueles em pó.
"tome um suco, você deve estar cansada"
Sem pestanejar peguei o copo e tomei o liquido amargo, mas não era ruim, tinha um gosto meio deprimente.
Depois de colocar uma roupa branca que me foi oferecida a freira me disse para deitar e descansar,ainda era de tarde não estava cansada.
Mas de repente meus dedos começaram a ficar amolecidos e as pernas começaram a tremer, parecia que a pressão sanguínea tinha baixado, deitei na cama para ver se passava. Adormeci.

Nenhum comentário:

Postar um comentário