terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Toni

Os sons são deleites para os seus ouvidos. Sente cheiros, cheiro de gente demais.
O rosto costurado e os olhos escuros chamam atenção. Não tem mais do que vinte anos. Os dois braços coloridos, ficavam a mostra na camiseta branca sem mangas.
O sorriso era insano, dentes serrados o tempo todo. Olhava para fora imaginando quantos outros mundos andariam por ali. A fome começa a inquietar. A musica hipnotiza, junto com o sol que cai do lado de fora do ônibus. O tempo passou junto com o caminho. Só restava uma senhora com algumas tralhas e um bebe. Aparentemente desceria no ponto final, assim como ele.
De fato os dois descem no ponto final. Já era escuro, o suficiente para escondê-lo. A fome já o alucinara antes. Alguns passos a frente a mulher tropeça, em segundos sente a navalha rasgar seu pescoço. A ultima imagem que ela vê é seu vestido branco se tornar vermelho e o sujeito que abria o seu peito com a navalha. Os olhos da mulher se fecham. Ele arranca o coração de dentro de peito e o devora ali mesmo. O bebe apenas chora ao lado, ensopado de sangue. Depois de devorar mais um ou dois órgãos, ele retira os dois olhos dela, coloca um na boca e outro no bolso. Pega o embrulho onde está o bebe que imediatamente para de chorar. Vira as costas e sai com o bebe nos braços.
Deixa para trás o corpo com os pedaços faltantes e o resto dos embrulhos. O bebe sorri.

Nenhum comentário:

Postar um comentário